36 são presos por expulsar moradores de casa no Ceará, diz secretário da Segurança
05/11/2025
(Foto: Reprodução) 36 são presos no Ceará por expulsar moradores de casa
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará anunciou a prisão de 36 pessoas, de agosto até esta quarta-feira, 5 de novembro, envolvidas em casos de "deslocamentos forçados", como a pasta se refere a casos em que moradores são expulsos de suas residências por facções criminosas. A informação foi divulgada pelo secretário Roberto Sá em entrevista à TV Verdes Mares.
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Conforme noticiado pelo g1 na terça-feira (4), 219 pessoas foram expulsas de suas residências no Ceará, aponta um relatório da Polícia Civil.
De acordo com o secretário, das 36 pessoas presas, 23 já respondiam por outros crimes anteriores. As prisões não ocorreram apenas no Ceará, mas também em outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, fruto de uma ação integrada. "No caso de Uiraponga, em Morada Nova, prendemos a pessoa em São Paulo, a principal liderança", detalhou Sá.
Ações e estratégias
Vila de casas em comunidade conhecida como Jacarezal, em Pacatuba (CE), ficou vazia após moradores serem expulsos por facção
g1 CE
Roberto Sá destacou que foi criado um protocolo para agilizar a resposta das polícias Militar e Civil, com apoio da inteligência, contra esse tipo de crime. "As investigações estão em andamento e quem não foi preso, mas que está por trás desse tipo de conduta, será preso", afirmou.
O secretário também enfatizou os esforços de monitoramento em áreas vulneráveis. Ele citou o investimento no policiamento do Comando de Policiamento de Área de Capital, que atua de forma próxima à comunidade. "Para que ele interaja com a comunidade, consiga até obter informações que nos ajudem na investigação para identificar esses criminosos e levá-los à prisão", explicou.
Crítica à legislação
O secretário fez um apelo por uma legislação nacional mais rigorosa para punir crimes desse tipo, praticados por organizações criminosas. Sá defendeu que integrantes de facções devem receber tratamento penal diferenciado. "Pessoas que fazem parte de uma organização criminosa não podem ter o mesmo tratamento que outro tipo de criminoso", disse.
Ele argumentou que é necessário garantir que os presos permaneçam encarcerados. "Elas precisam ficar presas porque envolvem a liberdade das pessoas, o direito de dever e a segurança das pessoas", afirmou, acrescentando que a polícia tem trabalhado "24 horas por dia para proteger a nossa população".
Conforme dados apresentados, o problema dos deslocamentos forçados não é novo, mas tem se intensificado no estado. O secretário aproveitou para contextualizar a atuação policial no período, informando que, de janeiro a setembro, foram presos 1.851 membros de organização criminosa – um aumento de 87% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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